Máscaras transparentes geram renda para costureiras e promovem acessibilidade

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Foto do rosto de uma mulher de pele e olhos claros, cabelos longos e enrolados, que tem no rosto um máscara de proteção com espaço transparente na região da boca. A mulher está sorrindo e olhando para a câmera. Crédito: Divulgação.
Foto do rosto de uma mulher de pele e olhos claros, cabelos longos e enrolados, que tem no rosto um máscara de proteção com espaço transparente na região da boca. A mulher está sorrindo e olhando para a câmera. Crédito: Divulgação.

Um grupo de costureiras de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, está em plena atividade na pandemia de covid-19. O trabalho na crise provocada pelo coronavírus é centralizado na produção de 100 mil máscaras com uma característica importante e específica. Os modelos em algodão têm na região da boca uma lâmina transparente, o que permite ver durante a fala movimentos do rosto, expressões e até sorrisos. É uma dinâmica fundamental para pessoas com deficiência auditiva que fazem leitura labial.

Com o uso obrigatório das máscaras de proteção em todo o País, a leitura dos lábios, única maneira para muitos surdos entenderem o que outras pessoas estão falando, se tornou impossível, especialmente nos telejornais, com repórteres de rosto coberto do nariz ao queixo.

Desde o começo da pandemia, surgiram em vários países ideias para confecção de itens transparentes que mantêm pessoas com deficiência auditiva na conversa. Essa foi a inspiração de um estudante de

mestrado em gestão da inovação da Universidade Federal do ABC. O aluno trabalha na Volkswagen Financial Services, empresa de governança da Fundação Grupo Volkswagen, e apresentou à instituição a ideia de um protótipo.

A Fundação Grupo Volkswagen, que tem várias iniciativas, inclusive ações para pessoas com deficiência, coordena o projeto ‘Costurando o Futuro’, voltado à empregabilidade e ao empreendedorismo em comunidades com a formação profissional em costura. As famílias vendem bolsas, mochilas e outros acessórios feitos de tecidos automotivos doados pelo Grupo VW e fornecedores, produzidos com a técnica do upcycling.

O primeiro protótipo da máscara transparente, testado por pessoas com deficiência, tinha um problema: o visor embaçava. Com essa dificuldade em mãos, a Fundação procurou a BASF, que incluiu no projeto um de seus parceiros, a Parnaplast, e criou um filme plástico antiembaçante.

VW e BASF doaram matéria-prima para a produção das mais de 100 mil máscaras e as famílias de São Bernardo do Campo estão à frente de suas máquinas de costura para entregar as primeiras encomendas, feitas pela própria BASF e por associações de pessoas com deficiência auditiva.

São 100 pessoas trabalhando na confecção. As máscaras são vendidas a preço de custo e toda a renda fica com as famílias. As costureiras já haviam produzido 120 mil modelos tradicionais de algodão, encomendados por empresas do Grupo Volkswagen, concessionários e fornecedores.

Quem tiver interesse em comprar as máscaras pode entrar em contato com a Fundação Grupo Volkswagen.

Matéria publicada originalmente pelo blog Vencer Limites https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/mascaras-transparentes-geram-renda-para-costureiras-e-promovem-acessibilidade/ de Luiz Alexandre Souza Ventura