Agricultura, gastronomia e leitura inclusiva mostram como abraçar a diversidade

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Temos entre nossas missões compartilhar o compromisso social em diversas comunidades do Brasil, não apenas para divulgar o conhecimento mas também para promover ações que contribuem com a formação integral, um exercício de cidadania por meio da cultura e educação que geram a inclusão como um todo.
Na primeira semana de outubro participamos nas cidades de Palhoça e Imbituba, em Santa Catarina, de diversas atividades que reforçam nossa filosofia. Lá, disseminamos informações e ampliamos as práticas de leitura às pessoas com deficiência, misturadas às atividades que despertam outras sensibilidades, junto com outros grupos de trabalho proporcionamos tarefas agrícolas, como reconhecer as ramas, regar e plantar ou fazer uma trilha sensitiva com o Coletivo Taiá, Terra de Condução Ambiental Local, vivenciando a natureza em suas variadas formas e sensações e oficinas de sensibilização inclusiva.
Pessoas em atividade rural. Uma mulher agachada segura um prato de cerâmica em frente a dois jovens sentados no chão. Os jovens estão sentindo a textura das plantas do local e do material dentro do prato.
Nas leituras, a articuladora Angelita Garcia, falou na 10ª Semana de Integração Docente e Discente sobre a concepção de metodologias e práticas inclusivas aos caminhos que as pessoas podem encontrar na literatura para os profissionais de educação e convidou os presentes para uma dinâmica que despertou para ações inclusivas e participativas e ainda apresentou a Coleção Regionais.
“Os livros foram dispostos para que todos pudessem ter contato com a obra. A Coleção Músicas Regionais, foi apresentada através de uma atração musical preparada pelo Professor de Arte Gean, que trabalha em um projeto que atende crianças em vulnerabilidade social e também inclui crianças com diferentes diagnósticos”, conta a professora. Suyana Custódio.
Três adolescentes sentados folheando livros da coleção regionais. EM primeiro plano uma jovem sorrindo exibe o livro Negrinho do Pastoreio.
As atividades realizadas em Santa Catarina dão aos deficientes um verdadeiro empoderamento, além da capacidade de ler, o contato sensitivo com a natureza e os produtos proporcionados por ela faz delas pessoas mais independentes, confiantes e entre esse boom de coisas boas a deficiência chega a passar despercebida aos nossos olhos, como conta Gláucia Maindra, da Biblioteca Pública Municipal Cônego Itamar Luiz da Costa.
“Essas ações são fundamentais para o cotidiano da comunidade. Trago aqui dois relatos que no meu entender refletem a importância desta ação. Clara, uma criança que é neta de uma das condutoras do Coletivo Taiá, que nos levaram até o boqueirão, ao chegar em casa comentou: ‘Vó, onde estavam as pessoas cegas que você comentou?’. Depois a Avó, comentando conosco acrescentou, realmente somos nós adultos que deixamos de ver com outros olhos. Assim, como o seu Luis, Presidente da Acordi. Ele chegou bem no final e fez a mesma pergunta às agricultoras que prepararam o nosso café: mas, afinal, onde estão as pessoas cegas? E assim, sigo acreditando que ações como essa são primordiais para enxergarmos com outros olhos”.
Encontros como os realizados em Santa Catarina vão além da “simples” e mera inclusão dos deficientes visuais na sociedade, como planejado por nós, mas esses acontecimentos atingem um patamar acima do imaginável, para muitos deficientes ser de fato incluídos na sociedade e conviver com todos independente de suas dificuldades ou singularidades torna sua vida muito mais colorida e mais completa. Essa constatação não é apenas nossa, mas de quem vive esses momentos com a gente, como a bibliotecária e coordenadora do programa de Promoção de Acessibilidade da UNISUL, Salete de Souza.
“A emoção mais representativa foi identificar o momento da inclusão de todos. A mãe, o filho, o estudante , a professora, o agricultor, o bibliotecário, o oficineiro, os músicos, as crianças todas participaram cada qual na sua condição e história de vida de todas as atividades e vivências. O mote foi o lançamento da coleção, mas a meta atingida foi a reunião das pessoas, com suas singularidades, leituras de vida, valores, todos vivendo o mesmo espaço e propostas do encontro. Nem sempre se alcança essa meta”, finaliza Salete.
Participaram das atividades a Biblioteca Pública Municipal Cônego Itamar Luiz da Costa, a EEB Henrique Lage, EEB Alvaro Catão, EEB Pref Pedro Bittencourt, a Diretoria de Cultura, a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, além dos integrantes da Rede de Leitura Inclusiva.
Na foto, cavalo puxa charrete no sitioNa foto, um grupo de pessoas posam para foto em meio a mata
 
Grupo de aproximadamente 20 pessoas pessoas em semi circulo, em um ambiente rural. Há jovens e adultos. Em primeiro plano um agricultor em pé se apoia em uma enxada enquanto conversa com as pessoas. Ao lado do agricultor, duas agricultoras sentadas cuidando de raízes.
Grupo de 14 pessoas em pé e, duas pessoas agachadas e uma pessoa em uma cadeira de rodas em uma sala de aula. Todas estão sorrindo e estão segurando livros da Coleção regionais