Tatuí recebe a primeira ação do projeto PROAC: ‘Conta um Conto’

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email

A Rede de Leitura Inclusiva iniciou, no dia 05 de setembro, o projeto do PROAC: ‘Conta um Conto’.

O projeto propõe a produção e distribuição de 3 títulos infanto-juvenis para crianças de 7 a 11 anos, em formato multiacessível (tinta-braille e falado). Este formato permite a leitura compartilhada por crianças cegas, baixa-visão e videntes.

Por acreditarmos no potencial da leitura como ferramenta de diálogo e transformação social trabalhamos em busca de parceiros que estejam dispostos a promover a acessibilidade atitudinal. Assim conhecemos e nos conectamos a Vade Manoel.

Vade é atleta medalhista, palestrante e coordenador da Associação das Pessoas com Deficiência de Tatuí (APODET). Em 2016 Vade sofreu um acidente e tornou-se uma pessoa com deficiência, amputado bilateralmente dos membros superiores. Foi a partir deste momento que passou a observar as questões voltadas para pessoas com deficiência.

Atuando como membro do conselho da pessoa com deficiência desde 2019, Vade lembra que quando havia alguma ação voltada para questões de acessibilidade, não havia público. Porém, isso não foi um fator determinante para que a luta por consciência e acessibilidade fosse interrompida: “De lá pra cá nós trabalhamos dentro do conselho, na sociedade, falamos muito sobre a questão da inclusão e do respeito, a importância que tem abraçar as pessoas com deficiência. Sempre procurei ter um bom diálogo e um bom trânsito em todas as esferas, tanto do poder público, quanto da sociedade civil, com as organizações. Então não tivemos tantas dificuldades e desafios porque temos pessoas que abraçaram e compraram essa ideia há bastante tempo. Entramos em contato com a Rosângela, coordenadora da Educação Especial e com a Elisângela, secretária da Educação, fizemos reuniões e foi tudo organizado com o pessoal da APODET. Tanto é que tivemos que parar as inscrições ou teríamos superlotação do espaço. Não teríamos como colocar todos nas oficinas. Nossa dificuldade foi superada porque temos construído, desde 2019, a consciência. Hoje, em tudo que fazemos, sempre temos um público considerável. Temos trabalhado e nos esforçado a muitos anos. ”

De fato, a roda de conversa do dia 05 contou com 64 pessoas dispostas a dialogar e desconstruir mitos acerca do convívio com pessoas com deficiências.

Imagem de auditório com paredes pretas, piso de madeira. No centro ao fundo uma projeção amarela com imagem de uma criança usando óculos. A frente 60 pessoas em pé e sentadas sorriem para a foto.
Imagem com texto alternativo

Para Vade o desafio maior a ser enfrentado já não é reunir um público aliado às pautas anticapacitistas, mas desenvolver na prática tudo o que é aprendido nos encontros.

No dia 06, a articuladora e assistente social Maria Melo reuniu mediadores de leitura para uma oficina formativa, discutindo sobre leitura inclusiva e sua importância.

Jorge Soares, é um homem com baixa-visão e também discente em serviço social. Ele escolheu estudar e atuar no serviço social por conhecer na prática as falhas existentes na sociedade quando o assunto é acessibilidade para pessoas com deficiência. Em se tratando do acesso à literatura, materiais de estudo e oportunidades de emprego, Jorge é categórico: “A concorrência é desleal em relação às pessoas com deficiência.”

A Rede de Leitura Inclusiva viaja o Brasil justamente para minimizar e erradicar barreiras atitudinais.

Como diz Vade Manoel: “Inclusão é ação!”


Texto de Amanda Silva – educadora na Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos
Publicado em 02/10/2023 às 15h05