Qual o papel do bibliotecário na sociedade? Essa é a pergunta que impulsiona a atuação de Adriana Ferrari, presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (FEBAB), inclusive no ativismo pelo acesso à leitura. A mesma pergunta que a inspirou, por exemplo, a idealizar e coordenar o projeto da Biblioteca de São Paulo, que abre em finais de semana e feriados.
“Quando falamos na leitura para todos, além de um acervo gratuito e em formatos acessíveis temos de pensar nas condições de deslocamento do público até esse material.”, diz a bibliotecária. Foi com naturalidade, portanto, que Adriana esteve à frente da nona edição do Seminário Nacional de Bibliotecas Braille (SENABRAILLE), promovido pela FEBAB nos dias 12 e 13 de julho, em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Iniciado em 1995, o SENABRAILLE busca a troca de experiências e a apresentação de projetos de bibliotecários e educadores, com ênfase no atendimento a pessoas com deficiência visual. Segundo Adriana, o evento conseguiu ser mais abrangente do que em edições anteriores. “Em termos de conteúdo, o encontro correspondeu às expectativas, com apresentações e discussões inspiradoras e sobre deficiências distintas, além da visual.”, afirma a bibliotecária.
Uma das apresentações do seminário foi de uma das representantes da Rede Nacional de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que falou das ações realizadas em parceria com os Grupos de Trabalho (GT’s) de diferentes regiões do país. Representantes dos GT’s também marcaram presença e confraternizaram em um espaço paralelo ao evento. “A reunião dos GT’s permitiu não apenas um primeiro contato presencial entre os integrantes, mas, também, que eles compartilhassem as realidades vivenciadas por cada um em seus espaços de atuação.”, explica Perla Assunção, que apresentou a Rede de Leitura durante o SENABRAILLE.
Um desses integrantes é o pedagogo com deficiência visual José Carlos, o mais novo membro da Rede. Presidente do Conselho Escolar do Centro de Educação de Jovens e Adultos de Florianópolis e dono do primeiro cão guia do Estado de Santa Catarina, em 1997, Carlos sabe da importância do trabalho conjunto pela inclusão e pelo acesso à leitura.
“Fico honrado em integrar a Rede de Leitura. Acredito que uma causa como a nossa precisa dessa articulação a nível nacional, mas que, ao mesmo tempo, fortalece cada membro em sua região.”, declara.