O Projeto “Ciranda Brailendo”, nasceu após uma visita ao Setor Braille da Bibliotea Pública Epifânio Dórea, realizadas pelas técnicas do núcleo de deficiência visual: Luciene dos Santos e Maria Genísia dos Santos da Divisão de Educação Especial/ SEED/DIEESP.
Fomos recebidas pelo responsável do Setor Braille, Edvaldo S. dos Anjos, e a Tatiana Santos Silva que ajudava de forma voluntária a catalogar o acervo. Com muita simpatia eles nos mostraram o acervo em Braille, bem como uma coleção de contos infantis que achamos bastante interessante, pois a mesma vinha com uma canetinha (PENTOP) que realizava a audiodiscrição das imagens. Que fantástico nossas crianças cegas iriam ficar fascinadas!
Em meio a tantas novidades, nos surgiu naquele momento um “insight ”- de organizarmos uma “Ciranda de leitura em Braille”. Deixamos já agendado para retomarmos com as idéias amadurecidas sobre a ciranda.
Chegado o dia do nosso encontro já estávamos com o projeto intitulado: “Ciranda Braillendo”, que tinha como púbico alvo: professores da rede pública estadual e municipal e pessoas com deficiência visual com conhecimento do código Braille. O objetivo geral da Ciranda era desenvolver a prática da leitura e da escrita do código Braille. Tinha como objetivo específico divulgar o Setor Braille e conseqüentemente o Código Braille.
Estaria à frente do projeto as duas técnicas da DIEESP e os representantes do Setor Braille da Biblioteca Pública Epifânio Dória. Definimos ainda que o encontro da Ciranda Braillendo, seria uma vez ao mês nas últimas terças feiras, durante 6 (seis meses); fechando o I módulo. Foi pensando 1 (um) ano de projeto, somente II módulos. O projeto teve início ano de 2014 e devido a empolgação dos envolvidos, bem como o desenvolvimento de cada um a Ciranda braillendo completou 3 (três anos ) de existência, sendo acrescido mais dois módulos concluindo em setembro 2016.
Quanto à metodologia desenvolvida, buscávamos a mais diversificada; leitura e transcrição de: Cordéis, músicas, poemas e contos; utilizando o acervo do Setor Braille.
Através do projeto foi despertado o desejo de retornar aos estudos um dos componentes que pouco saia de casa e outro que resolver fazer o ENEM tendo êxito e hoje é graduando em Geografia.
Concluímos o Projeto “Ciranda braillendo” com um sentimento de que fizemos nossa parte, embora, reconhecemos que muito se tem a fazer em prol de uma sociedade menos excludente. Utilizamos a metáfora do “beija flor” citada pelo sociólogo Betinho: “Houve um incêndio na floresta…, o pequeno beija- flor ia do rio para o incêndio com gotículas de água em seu bico, na tentativa de apagar. Quando foi indagado se iria resolver – Ele respondeu: Estou fazendo a minha parte”.