Aconteceu, nos dias 12 a 14 de julho, a 2ª Jornada de Literatura Infanto-juvenil na cidade de Agudo, Rio Grande do Sul. A jornada é parte do Projeto Nos Trilhos dos Livros e da Leitura que envolveu 10 escolas municipais e a APAE da cidade.
O evento foi gratuito, pensado para educadores da rede municipal e contou com espetáculos teatrais e oficinas que discutiam a importância da leitura, o acervo acessível, poesia, ilustração, a formação de leitores, criação de festivais e espaços de leitura nas escolas.
A Rede de Leitura Inclusiva foi convidada a participar, no dia 14 de julho, da mesa redonda: ‘Livros e Leituras para o público infanto-juvenil’ que discutia também a importância do acervo acessível na formação literária.
Cerca de 200 pessoas reuniram-se nesta manhã fria de inverno para partilhar experiências, anseios e conquistas, para pensar a valorização da leitura em todas as suas formas. A mesa contou com a participação da professora Eliana Yunes, do escritor e professor Léo Cunha, da escritora e ilustradora Mafalda Milhões, da escritora e professora Lúcia Fidalgo e da educadora social, jornalista e articuladora Perla Assunção, que representou a Fundação Dorina Nowill e a luta pela autonomia e inclusão das pessoas cegas e com baixa visão na sociedade e em ambiente literários.
Os livros são materiais indispensáveis no processo de educação e fazem parte da vida de todos os indivíduos. Louis Braille disse que “sem livros o cego não pode aprender”. As publicações acessíveis às pessoas com deficiência visual, entretanto não são encontradas facilmente em livrarias, sebos e lojas virtuais. Os formatos acessíveis como braille, áudio e formatos digitais acessíveis hoje são produzidos por instituições que distribuem gratuitamente para escolas, bibliotecas e instituições que recebem leitores cegos e com baixa visão.
Lisiane Weber, professora da rede municipal, destaca uma informação que ela desconhecia e lhe chamou atenção: a autodescrição, feita por nossa articuladora, Perla Assunção, e a importância de falar fora do microfone para que a pessoa cega e com baixa visão consigam localizar sua posição no palco, uma vez que ao usar o microfone a voz do interlocutor será emitida por caixas de som distribuídas pelo espaço.
A autodescrição consiste em descrever suas características físicas para que pessoas cegas e com baixa visão tenham maior entendimento de quem é o interlocutor, além de autonomia em ambientes socioculturais, e é parte da áudiodescrição, um recurso fundamental para que pessoas cegas ou com baixa visão possam compreender conteúdos audiovisuais, como filmes e eventos.
Lisiane completa: “Sobre a Fundação Dorina, excelente iniciativa de proporcionar o acesso às escolas públicas garantindo acessibilidade aos alunos com deficiência visual ou com baixa visão, oportunizando a qualquer professor e aluno ter o contato com as obras acessíveis, uma área de pouco conhecimento ainda por parte dos educadores.”
A Rede de Leitura Inclusiva existe para que as pessoas com deficiência em todo o Brasil tenham oportunidades diversificadas de acesso ao livro e à leitura.