A história de uma jornada pelo acesso à Leitura

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Descrição da imagem: foto de sete pessoas de pé, olhando pra frente e sorrindo. Duas delas seguram bengalas. Na parede atrás deles há um retrato em preto e branco de Dorina Nowill sorrindo.

Graças ao projeto Leitura Digital Acessível, realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Fundação Dorina Nowill para Cegos, com patrocínio da White Martins e Fox Conn, a Rede Nacional de Leitura Inclusiva pôde escrever mais este importante capítulo na história da busca por um mundo cada vez mais inclusivo – o grande ideal de nossa presidente emérita e vitalícia, Dorina de Gouvêa Nowill.
Visando ampliar o acervo acessível de bibliotecas e escolas públicas do Estado de São Paulo, o projeto permitiu a produção e distribuição de mil kits com 12 obras – 3 títulos infantis, 3 infanto-juvenis, 3 Best-sellers e 3 histórias em quadrinhos – no formato Daisy, totalizando 12 mil livros. As obras nesse formato digital tornam possível o acesso da pessoa com deficiência visual – cega e com baixa visão – a materiais compostos não apenas por textos, mas, também, por imagens, gráficos, tabelas, já que permitem a inserção de recursos de apoio, como descrições de imagens e de arquivos de áudio, além de contar com opções de ampliação e contraste da letra.
E para que esse material seja devidamente apreciado por muitos leitores, representantes da Rede de Leitura realizaram oficinas gratuitas de capacitação em 10 cidades do Estado de São Paulo, destinadas, principalmente, a bibliotecários e educadores da rede pública, mas abertas a todos. Além de propor uma sensibilização sobre a importância do acesso à leitura e da inclusão social, as oficinas permitiram a interação dos participantes com o kit de livros acessíveis e com o programa de leitura digital desenvolvido pela Fundação Dorina para o formato Daisy, o DDReader, disponível para computadores e smartphones. A resposta do público ultrapassou as expectativas, já que alguns encontros também contaram com participantes de cidades próximas. Com isso, foram 35 municípios beneficiados.
Segundo Angelita Garcia, uma das representantes da Rede de Leitura, as oficinas demonstraram a importância da capacitação a profissionais realmente interessados na leitura acessível e na causa da inclusão. “Levando-se em conta, por exemplo, o número de pessoas com deficiência visual que não aprenderam o sistema de leitura e escrita Braille, um projeto como esse possibilita um acesso mais democrático aos livros e o público das oficinas ficou motivado a se apropriar do DDReader, tanto para uso próprio quanto para disseminar esse recurso em seus espaços de atuação”, afirma.
Para divulgar o projeto, as representantes da Rede de Leitura também visitaram quatro organizações que atendem pessoas com deficiência visual: o Lar das Moças Cegas, de Santos; o Instituto de Cegos, de Presidente Prudente; a Para-DV, de Araraquara; e a Fundação do Livro, em Ribeirão Preto. Essas interações geraram importantes desdobramentos para a Rede, como convites para integrar eventos e desenvolver novas ações em prol da leitura inclusiva. Podemos dizer, portanto, que esta jornada pelo acesso ao conhecimento foi um grande processo e, ao que tudo indica, foi só mais um capítulo de muitos que estão por vir.
Descrição de imagem: Foto de um grupo de sete pessoas na entrada da Fundação Dorina. Ao fundo, está um quadro de D.Dorina em preto e branco. À esquerda do quadro, está um homem de óculos escuros e com uma bengala verde, e uma mulher de roupas pretas. À direita do quadro, estão outras cinco mulheres. Todos sorriem.
Visita à Fundação Dorina
Um dos desdobramentos das oficinas foi uma visita realizada ao Centro de Memória da Fundação Dorina Nowill para Cegos a partir da oficina em Bragança Paulista. A visita foi uma iniciativa de uma das participantes do encontro, a militante pelos direitos da pessoa com deficiência visual Eliana Hashimoto, em parceria com a Fundação Dorina. Além da família, Eliana trouxe consigo integrantes do Movimento Bengala Verde e a pedagoga com deficiência auditiva parcial Alessandra da Costa, que integra o Conselho de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CONDEFI).
Para Eliana, ela própria uma pessoa com deficiência visual total, interagir com o registro histórico da Fundação Dorina foi uma experiência gratificante. “Tive contato com a Fundação há uns 15 anos e conheci Dorina Nowill pessoalmente. Por isso, relembrar o legado que ela deixou e presenciar a continuidade dele, inclusive no âmbito da leitura acessível, não tem preço”, afirma.
Já Alessandra enfatizou o significado que a visita teve para ela enquanto educadora. “A inclusão é um direito e, ao mesmo tempo, um dever de todos nós, e ao viajar pela história da Fundação, bem como da mulher que a idealizou, me senti ainda mais inspirada a compartilhar conhecimentos com quaisquer pessoas dispostas a crescer”, declara a pedagoga.
Descrição de imagem: Foto de uma mulher acessando a Dorinateca. Ela está de costas, tem cabelos grisalhos, usa camisa branca e fones de ouvido, e segura um tablet que mostra a página inicial da Dorinateca.
Portal Dorinateca
Se você é uma pessoa com deficiência visual, escola, biblioteca ou associação que busca a leitura acessível e o conhecimento que ela pode gerar, confira o portal de leitura da Fundação Dorina, o Dorinateca, que disponibiliza títulos para download gratuito nos formatos Daisy, audiolivro e para impressão em Braille. Se atende ao público do portal, basta criar sua conta e aproveitar a leitura!