Nos dias 30 e 31 de agosto a cidade de Arapiraca – AL sediou a 1ª Jornada Inclusiva e contou com a presença do prefeito Luciano Barbosa dando abertura à programação. Foram dois dias intensos, com oficinas gratuitas sobre audiodescrição, orientação e mobilidade, LIBRAS, tecnologias assistivas para a leitura, além das rodas de conversa com temas que abordavam a importância da leitura inclusiva, as desigualdades de oportunidade e acesso aos livros, culminando no debate acerca das potências da leitura para os públicos com deficiência visual e comunidade surda.
O lema “Nada sobre nós sem nós” nunca se fez tão real quanto na realização desta Jornada.
Lucas Bruno de Farias é cego, empresário de projetos de acessibilidade da Lebraille, gerente do setor braille da Casa da Cultura de Arapiraca e idealizador do evento. Para ele a realização da 1ª Jornada Inclusiva de Arapiraca foi algo extraordinário e realmente necessário. “Um evento onde aprendemos muito. Todos ficaram maravilhados com o que foi feito. Espero que venham outras oportunidades como esta”.
A Jornada aconteceu no Senac Arapiraca possibilitando a participação dos jovens com idade entre 16 e 19 anos, das turmas de aprendizagem em serviços administrativos e em vendas. Para Carol Rivero, instrutora da área de gestão, é de suma importância fazer com que os alunos sejam inclusivos no mercado de trabalho: “Esse é um grande desafio para eles e para as empresas”.
Reunir pessoas cegas, videntes, surdas, ouvintes e baixa-visão em prol de um debate tão importante que é tornar a sociedade inclusiva e acessível é uma luta que não se faz sozinho.
Ewerton Correia é articulador, ator, diretor teatral e arte-educador na Fundação Dorina Nowill para Cegos. Ele compôs a programação do evento e levou provocações sobre o acesso à educação e utilização de recursos de acessibilidade, mas principalmente sobre a importância da acessibilidade atitudinal.
Entre o público participante destacamos a presença da professora Maria Vicentina Oliveira, pioneira na educação de pessoas cegas e baixa visão da rede pública estadual de Alagoas e municipal de Campo Grande – AL e uma das maiores mobilizadoras da educação inclusiva na região.
A nova geração de educadores também esteve presente. Maria Victória é discente no curso de psicologia e participou pela primeira vez de uma oficina formativa sobre inclusão de pessoas com deficiência visual. “Foi uma experiência muita rica e positiva! Em breve me formo e pretendo trabalhar na área de acessibilidade/inclusão. Participar do evento me fez querer estudar e aprender mais, foi uma vivência e partilha enriquecedora. Ewerton, foi muito assertivo em sua fala e didático. Também pude conhecer sobre a Fundação e a história da dona Dorina, que até então não conhecia. Fiquei emocionada com a grandeza do trabalho da Fundação, espero em breve conhecer pessoalmente”.
Esta ação é parte do PRONAC 20, ‘Projeto Ler para Ser: Literatura com Cidadania’. Ao todo 21 cidades receberão oficinas formativas gratuitas. O projeto também prevê a produção e distribuição de 90.000 títulos em formatos acessíveis.
Te convidamos a acompanhar, participar e divulgar as ações da Rede de Leitura Inclusiva pelo Brasil.