Já Leu?
Que tal uma indicação de Leitura? Aqui você encontra várias dicas de livros pra você conhecer!
Em 1851, em Ohio nos Estados Unidos, no Women’s Rights Convention, diversos clérigos discutiam por que mulheres deveriam ter menos direitos que os homens. Eles alegavam que seria justificável essa diferença, por serem seres ais frágeis que precisavam de cuidados especiais.
Sojouner Truth, mulher preta, ex-escravizada, ativa abolicionista e defensora dos direitos das mulheres levanta-se e diz:
“Aqueles homens ali dizem que as mulheres precisam de ajuda para subir em carruagens, e devem ser carregadas para atravessar valas, e que merecem o melhor lugar onde quer que estejam. Ninguém jamais me ajudou a subir em carruagens, ou a saltar sobre poças de lama, e nunca me ofereceram melhor lugar algum! E não sou uma mulher? Olhem para mim? Olhem para meus braços! Eu arei e plantei, e juntei a colheita nos celeiros, e homem algum poderia estar à minha frente. E não sou uma mulher? Eu poderia trabalhar tanto e comer tanto quanto qualquer homem – desde que eu tivesse oportunidade para isso – e suportar o açoite também! E não sou uma mulher? Eu pari treze filhos e vi a maioria deles ser vendida para a escravidão, e quando eu clamei com a minha dor de mãe, ninguém a não ser Jesus me ouviu! E não sou uma mulher? ”
Essa é uma fala referência para mostrar como o machismo atinge de forma diferente mulheres pretas. Sojouner é uma das milhares de ativistas negras que enfrentaram e enfrentam o pensamento racista e misógino para construir pensamento, luta e mudar o mundo.
Dentro das nossas indicações de leitura do Novembro Preto, aqui na Rede de Leitura inclusiva, vamos compartilhar livros de grandes nomes do pensamento teórico sobre o feminismo negro para que vocês conheçam e possam aprender muito com essas mulheres tão potentes.
CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE
Chimamanda Ngozi Adichie, nascida em Enugu em 15 de setembro de 1977, destaca-se como uma escritora e feminista nigeriana. Ela é reconhecida como uma das autoras anglófonas de maior destaque entre os jovens, atraindo uma nova geração de leitores para a literatura africana.
Um de seus romances mais conhecidos é “Hibisco Roxo”, que recebeu o Orange Prize for Fiction em 2007. Além disso, a trilogia “Para Educar Crianças Feministas” consolidou sua posição como uma defensora ativa dos direitos das mulheres, utilizando sua prosa envolvente para abordar questões de gênero de maneira acessível e impactante.
Com uma voz única e uma perspectiva afiada, Adichie continua a inspirar leitores e defensores da igualdade em todo o mundo, consolidando seu lugar como uma das vozes mais impactantes da literatura contemporânea e do ativismo social.
SEJAMOS TODOS FEMINISTAS (CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE)
SINOPSE: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!” Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e – em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “antiafricanas” e que odeiam homens e maquiagem – começou a se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens. Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero. Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
DJAMILA RIBEIRO
Djamila Taís Ribeiro dos Santos, nascida em Santos em 1º de agosto de 1980, é uma figura proeminente no cenário intelectual brasileiro. Com formação em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela não apenas se destaca como uma acadêmica, mas também como uma voz influente no ativismo negro.
Seu nome ganhou destaque não apenas nos círculos acadêmicos, mas também na esfera pública, graças ao seu ativismo na internet. Com uma presença ativa nas redes sociais, Djamila Ribeiro atraiu mais de 800 mil seguidores somente no Instagram, tornando-se uma referência no diálogo sobre questões raciais e de gênero no Brasil.
Djamila é autora de obras impactantes, incluindo “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”, nas quais ela aprofunda suas ideias e perspectivas sobre questões urgentes que permeiam a realidade do país. Sua habilidade de traduzir conceitos complexos em uma linguagem acessível amplia o alcance de suas mensagens, tornando suas obras essenciais para quem busca compreender e dialogar sobre as interseções entre raça e gênero.
PEQUENO MANUAL ANTIRRACISTA (DJAMILA RIBEIRO)
SINOPSE: Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho? Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
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Cleópatra, Jesus Cristo e Machado de Assis, você sabe o que todas essas figuras têm em comum? Todas essas pessoas não eram brancas.
Em 1963, Elizabeth Taylor brilhava nas telas de cinema com o filme “Cleópatra” que eternizou o imaginário comum dessa figura histórica tão poderosa. No entanto, tem um problema nessa representação, Elizabeth é uma mulher branca e o Egito é um país africano. Existem vários registros que comprovam que a poderosa governante era negra com traços bem diferentes do que o cinema nos mostrou.
Pode parecer uma coisa pouca, mas isso acontece com outras figuras muito importantes. Jesus, que nasceu em Belém, uma cidade atualmente localizada no território palestino da Cisjordânia, ganhou cabelos loiros e olhos claros nas representações mais comuns, sendo que naquele contexto era praticamente impossível ele ter esses fenótipos.
Pessoas negras sofrem com uma sub-representação na História, nas mídias e material cultural, e mesmo as figuras que conseguiram romper com essa lógica racista de perceber o mundo, têm suas representações constantemente embranquecidas. É como se não pudéssemos imaginar que pessoas negras possam estar em posição de liderança e poder como Jesus ou Cleópatra.
Na literatura não seria diferente, muitos autores e autoras brasileiros que são referências mundiais nunca são citadas como pessoas negras, e muitas vezes, vemos suas ilustrações ou fotografias representadas com uma pele clara e traços da população branca.
Diante disso e, ainda na celebração do Novembro Preto, indicaremos grandes nomes clássicos de nossa literatura e que constantemente são representados com etnias diferentes da sua. Queremos reforçar que essas pessoas pretas produziram coisas brilhantes e são parte fundamental da nossa História.
Machado de Assis
Capitu traiu ou não Bentinho?
Essa é uma das maiores perguntas da literatura nacional vinda do clássico Dom Casmurro, livro de Machado de Assis, escritor carioca considerado por muitos estudiosos como o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Em seus livros, o poeta sempre usou de tom irônico e preciso para denunciar a condição de figuras negras na sociedade, como quando o protagonista de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, quando criança, brinca de cavalinho nas costas de uma pessoa escravizada.
Joaquim Maria Machado de Assis vem de família pobre, mas que sabiam ler e escrever, fato incomum na sua época e classe social. Ele viveu no século XIX até o século XX e se aventurou pela poesia, romance, crônicas, dramaturgias teatrais, contos, folhetim, jornalismo e crítica literária.
Provavelmente você já ouviu falar sobre ele, mas quando que você descobriu que ele era um homem negro filho de um descendente de negros alforriados?
Indicamos hoje para sua leitura do Novembro Preto um clássico da nossa literatura:
DOM CASMURRO (Machado de Assis)
SINOPSE: Capitu: Mulher-enigma, menina-tentação. Bentinho: Desde criança, a paixão por aquela menina fascinante. Tragédia. Quem é Capitu? Quem poderia ser tudo aquilo? Quem não se apaixonaria por ela? Quem não se perderia por ela, ou sobreviveria sem ela, como Bentinho? Como poderia nossa literatura crescer, consolidar-se, tornar-se maior e universal, se não tivesse por alicerce essa paixão perdida de Bentinho por Capitu?
LIMA BARRETO
Também nascido na cidade Maravilhosa Afonso Henriques de Lima Barreto é um dos grandes nomes da nossa literatura. Filho de família pobre, o autor teve acesso aos estudos e já estreou seu trabalho com o texto Recordações do Escrivão Isaías Caminha que denunciava o racismo do seu contexto histórico.
Contrariando todas as expectativas, Lima Barreto entra pra universidade de Engenharia ouvindo de seu veterano a frase: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”. O autor não chegou a concluir porque seu pai teve problemas de saúde e ele ficou como responsável de seus irmãos.
Sua principal obra foi O Triste Fim de Policarpo Quaresma, que descreve a vida política no Brasil após a Proclamação da República. Que tal colocar este livro na sua lista de leituras do ano?
O TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA (Lima Barreto)
SINOPSE: Obra-prima da ficção brasileira, que narra a luta quixotesca de um homem pela salvação do país. Lima Barreto critica o nacionalismo exagerado e promove uma bem-humorada revisão da história dos primeiros anos da República.
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Em novembro de 1965, morria Zumbi dos Palmares. Importante figura de resistência do povo preto escravizado, que na época era líder do Quilombo dos Palmares. Por conta disso, novembro celebramos o mês da consciência negra.
O novembro preto tem como objetivo celebrar a cultura afro-brasileira, valorizando a história e as contribuições das pessoas negras para a sociedade. Que não são poucas, inclusive. É uma chance de promover a discussão e o respeito à diversidade étnico-racial.
Por conta desse mês tão importante, o mês de novembro vai ser um pouco diferente aqui no blog da Rede de Leitura Inclusiva. Semanalmente vamos indicar grandes autores pretos de nossa literatura que, caso você não conheça, você deve correr para esse encontro.
CONCEIÇÃO EVARISTO
Uma mulher para se cravar nos Becos de Nossa Memória
Mineira lá de Belo Horizonte, Conceição Evaristo é uma escritora que estará pra sempre em nossa História. Ela nos conta que desde os oito anos de idade, já trabalhava como doméstica e hoje é doutora pela Universidade Federal Fluminense.
Depois de conhecer o livro o Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus, ela se viu naquelas palavras e entendeu o poder que a literatura pode ter sobre alguém. Segundo a própria Conceição:
“[…] nós nos sentíamos como personagens dos relatos da autora. Como Carolina Maria de Jesus, nas ruas da cidade de São Paulo, nós conhecíamos nas de Belo Horizonte, não só o cheiro e o sabor do lixo, mas ainda, o prazer do rendimento que as sobras dos ricos podiam nos ofertar.”¹
Conceição Evaristo é um dos maiores nomes da literatura brasileira, tendo livros publicados em diversos idiomas, indicações ao Prêmio Jabuti na categoria “Contos e Crônicas” e tem se tornado uma referência cada vez mais consolidada pelas universidades brasileiras, que têm um histórico forte de não reconhecimento da produção intelectual preta.
Vamos te indicar hoje um livro que com certeza vai encher teus olhos d’água. Aproveita e indica para algum amigo conhecer também:
OLHOS D’ÁGUA (Conceição Evaristo)
SINOPSE: Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida? Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.
JOEL RUFINO DOS SANTOS
Um homem de luta
Carioca do subúrbio do Rio de janeiro, Joel Rufino é um grande ativista do movimento preto e de resistência a regimes totalitários. Durante o período da ditadura militar, teve vários trabalhos censurados e foi preso por perseguição política, ficando em cárcere por um ano e meio.
Depois da Redemocratização do Brasil, Joel presidiu a Fundação Zumbi dos Palmares, foi professor da UFRJ, foi subsecretário de Defesa e Promoção das Populações Negras do Rio de Janeiro, foi membro integrante da Diretoria do Instituto de Estudos da Religião (ISER) e muito mais.
Admirável a história deste homem não é mesmo? Como dica para a leitura, vamos indicar um livro que ganhou o prêmio Jabuti de 2008:
O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta (Joel Rufino dos Santos)
SINOPSE: Uma novela de amor, sangue e subversão numa trama diabólica. Um morro do Rio de Janeiro, uma barbearia, um sargendo de polícia, um vendedor ambulante de origem judaica, uma mulher negociada por dois homens, um embrulho de jornal misterioso. Esta novela – uma das melhores de Joel Rufino dos Santos – se passa no final da Segunda Guerra Mundial (939-45). O nazismo seria derrotado. A ditadura brasileira do Estado Novo (1937-45) seria derrotada. Era uma época de esperança na paz mundial. Ninguém sofreria mais por pertencer a raças diferentes, professar religião diferente, sentir ou pensar diferente. A Palestina seria repartida entre judeus entre judeus e não-judeus. Era uma esperança. Não foi uma realidade. Gente continuou a sofrer pelas mesmas razões de antes. Mas continuou, também, a ter, como sempre, desejo de amar, criar filhos, sonhar com o futuro.
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¹ Fonte: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/188-conceicao-evaristo
Mistérios, fantasmas, zumbis, vampiros, lobisomens e uma dose enorme de sangue falso.
O Dia das Bruxas chegou e a Rede de Leitura Inclusiva já preparou uma seleção de livros assustadores para te deixar com os cabelos em pé.
Você sabia que o Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas, tem suas origens nos antigos festivais celtas? A celebração era chamada de Samhain e marcava o fim do verão e o início do ano novo celta. Acreditava-se que nessa noite os espíritos dos mortos voltavam à Terra, e as pessoas acendiam fogueiras e usavam fantasias para afastar os espíritos malignos.
Já separa suas roupas e adereços para mergulhar nessa seleção de livros assustadores da Rede de Leitura Inclusiva. Seja você um amante do terror ou apenas alguém em busca de uma boa dose de emoção, essas histórias prometem te deixar arrepiado(a) do início ao fim.
Que tal reunir os amigos para uma noite do terror que certamente farão seu coração acelerar e sua imaginação correr solta?
E eu não te contei a melhor parte, todos os livros estão em formato acessível para pessoas cegas e de baixa visão lá na Dorinateca.
Então encontre um lugar aconchegante para se acomodar e permita que estes livros envolvam você em um mundo de arrepios
Sangue e ouro: as crônicas vampirescas (Anna Rice)
SINOPSE: A mestra do terror gótico moderno, Anne Rice, ao dar sequência às célebres crônicas vampirescas, conta a história de dois de seus fascinantes e enigmáticos personagens, Marius e Thorne, poderosos Filhos das Trevas. O primeiro deseja vingança contra um antigo inimigo, enquanto o segundo anseia pelo reencontro com sua criadora. Revelando o sombrio mundo dos seres imortais, Sangue e ouro aborda os sofrimentos inerentes à vida eterna.
Treze noites de terror (Luiz Roberto Guedes)
SINOPSE: Histórias de tirar o fôlego você encontrará em Treze Noites de Terror. O autor abriu seu baú de monstros e o resultado pode ser visto num livro em que Guedes agarra o leitor e o transporta a um universo de acontecimentos espantosos e sobrenaturais. A solidão do último garoto da Terra, dominada por extraterrestres e andróides. Como ressuscitar um deus animal de uma civilização pré-colombiana? É uma amostra do que você encontrará neste livro.
Frankenstein ou o prometeu moderno (Mary Shelley)
SINOPSE: Víctor Frankenstein, cientista de Genebra, é recolhido do gelo pela tripulação de um navio a caminho do polo Norte. Atormentado, conta sua história ao capitão do navio – algum tempo antes, ele conseguira dar vida a uma criatura sobre-humana. Esta, porém, logo espalha o terror à sua volta.
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Há 48 anos, no dia 25 de outubro de 1975, morria vítima de tortura pelo regime militar, o jornalista Vladimir Herzog. Os militares tentaram forjar um possível suicídio que era pura construção, tanto que o corpo do ativista foi encontrado com os pés ainda tocando o chão.
O diretor de jornalismo da TV cultura foi apenas um dos vários desaparecidos e mortos da ditadura militar. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade esse número soma 434 pessoas.
Em homenagem a Vladimir e a todos os perseguidos pela censura militar, em 25 de outubro celebramos o dia da Democracia. Dia de celebrar a conquista pela liberdade de opinião e voto e deixar os tempos sombrios apenas como uma mancha da nossa História. É importante lembrar dos erros do passado para que eles não se repitam no futuro
Para celebrar essa data, indicamos aqui três obras em formato acessível para que a gente entenda um pouco o que acontece em regimes totalitários e porque a democracia é tão preciosa:
Liberdade, Liberdade (Millôr Fernandes e Flávio Rangel)
SINOPSE: Um dos maiores clássicos do teatro brasileiro. Um livro que fará o leitor se emocionar com as ideias de liberdade através dos tempos. Esta palavra mágica que muitas vezes significou um sonho e pela qual homens e mulheres sacrificaram suas vidas. Montada em plena ditadura militar, em 1965, Liberdade, liberdade, no pouco tempo em que foi encenada, tornou-se imediatamente um dos maiores sucessos de público da época, sendo proibida pela censura poucos meses após a estreia. A montagem original tinha direção de Flávio Rangel e era interpretada por Paulo Autran, Oduvaldo Vianna Filho, Nara Leão e Tereza Rachel. A peça lançou no Brasil a ideia de um espetáculo teatral baseado na seleção de textos históricos importantes.
Ainda estou aqui (Marcelo Rubens Paiva)
SINOPSE: Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras. Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento perverso da história recente brasileira para contar – e tentar entender – o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971
A Revolução dos bichos (George Orwell)
SINOPSE: Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, ‘A revolução dos bichos’ é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram ‘A revolução dos bichos’ a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política
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Se eu te perguntar qual é a língua oficial do Brasil o que você diria?
Português é claro, certo? E se eu te contar que desde 2002 nosso país foi oficialmente nominado como um país bilíngue? Calma que eu te explico tudo!
Quando somos crianças, começamos a ser estimulados a aprender as primeiras palavras, começa uma briga pra saber se a criança vai falar “papai” ou “mamãe” primeiro, mas e quando essa criança é uma pessoa surda?
O Português é uma língua falada e escrita, portanto pessoas com deficiência auditiva precisam de outras maneiras de se comunicar é então que surge a LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, que, ao contrário do que muitos acham, não é uma linguagem ou um dialeto, e sim um idioma completo, com todas as suas regras e lógicas de comunicação.
Por muito tempo, as pessoas surdas foram perseguidas e proibidas de sinalizar, tendo inclusive suas mãos amputadas. Já pensou que absurdo viver numa sociedade assim? Pois isso aconteceu! Graças a muita luta, hoje a LIBRAS é reconhecida como um dos idiomas oficiais do Brasil.
Em 26 de setembro de 1857, chega no Rio de Janeiro o INES, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, uma instituição ativa até hoje que atende cerca de 600 alunos atualmente. Por conta disso, em 2008 esta data passou a ser oficialmente o Dia nacional do surdo.
Para celebrar essa data, a Rede de Leitura indica o projeto Conta um Conto, desenvolvido pela Fundação Dorina e que produziu 12 livros falados com tradução em LIBRAS.
Confira todos eles aqui em baixo:
CONTA UM CONTO – FUNDAÇÃO DORINA NOWILL
- A Nuvem Dragão
- O Monstro Invisível
- Beto, o Passarinho fora da Gaiola
- Os Óculos do Zeca
- Zeca e o Mamão
- Uma equipe muito veloz
- Viva a Chuva
- Uma história com Cheiro de Amizade
- Sombrinha, Guardachuva, guardasol
- Álbum de Família
- Guto e o Grande Portal
- O que você vai ser quando crescer
- Créditos
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Quando estamos com uma dor de garganta vamos correndo para o hospital para tomar aquela injeção para melhorar logo. Se é um problema cardíaco, fazemos vários exames, acompanhamento médico e tudo mais. Enxaqueca então nem se fala, se não cuidamos, ela não nos deixa viver em paz. Agora me diz, por que quando o assunto é saúde mental a gente acha que é só se esforçar que tudo se resolve magicamente, ou que não é tão grave?
“Pense positivo”, “veja o lado bom da vida”, “Se esforce”, quantas vezes já não ouvimos essas frases quando o assunto é depressão ou ansiedade. No entanto, só isso será suficiente? Em 2015, foi lançada a campanha do Setembro Amarelo, o mês de conscientização contra o suicídio. A Ideia desta campanha é fomentar o debate sobre o assunto e tratar as questões de saúde mental com o respeito e cuidado que elas merecem.
Caso você esteja passando por uma fase que parece ser impossível continuar, você deve procurar ajuda o quanto antes. Não deixe para depois. Quanto antes você pedir ajuda, mais cedo você poderá superar esse momento, pois acredite, tudo isso vai passar com os cuidados certos.
Terapia salva vidas! Tratamento Psiquiátrico salva vidas! Saúde mental é coisa séria!
Se precisar de ajuda você pode ligar para o Centro de Valorização da Vida – no número 188, um serviço especializado na prevenção ao suicídio.
Você não está sozinho e existem profissionais que podem te ajudar.
Fazendo eco a essa campanha, hoje a Rede de Leitura Inclusiva indica uma obra incrível:
O demônio do meio-dia : uma anatomia da depressão (Andrew Solomon)
SINOPSE: Entremeando o relato de sua própria batalha contra a doença com o depoimento de vítimas da depressão e a opinião de especialistas, Solomon desconstrói mitos, explora questões éticas e morais, descreve as medicações disponíveis, a eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão tem nas várias populações demográficas (sejam crianças, homossexuais ou os habitantes da Groenlândia). No epílogo inédito escrito exclusivamente para a nova edição brasileira, conhecemos o que aconteceu com Solomon, com os entrevistados e com os tratamentos da depressão desde a publicação de ‘O demônio do meio-dia’. A inteligência, a curiosidade e a empatia do autor nos permitem conhecer não só as doenças mentais, mas a profundidade da experiência humana.
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Nada melhor que chegar num fim de tarde, pegar um livro que te encante e ler comendo algum petisco gostoso. Porém, não é todo mundo que pode fazer isso, porque infelizmente, o Brasil ainda enfrenta um número gigante de pessoas que ainda não foram alfabetizadas.
Segundo dados do IBGE, 11,3 milhões de brasileiros não sabiam ler em 2018. Além disso, no Brasil, a cada dez pessoas, três não conseguem escrever corretamente, ler e interpretar textos simples ou fazer conta, a isso chamamos de Analfabetismo Funcional.
Esses números se repetem em diferentes partes do mundo. Pensando nisso, em 1967 a ONU declara o dia 08 de setembro como o Dia internacional da Alfabetização. A data busca chamar a atenção para a importância da Leitura para o desenvolvimento social e econômico no mundo inteiro.
Em 2015, a ONU estipulou diversos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODS, que são metas que os país devem cumprir até 2030. Educação de Qualidade é a ODS número 4, que tem como a meta 4.6 “garantir que todos os jovens e adultos estejam alfabetizados, tendo adquirido os conhecimentos básicos em leitura, escrita e matemática. ”
Se a alfabetização é um desafio mundial, imagina quando falamos de pessoas com deficiência visual. O acesso a um ensino de braile, pessoas que não veem a importância da inclusão dessas pessoas na educação básica ou a dificuldade do acesso a livros acessíveis são alguns dos motivos que podem impactar na dificuldade de alfabetização de crianças cegas.
Para incentivar a discussão sobre esse assunto, separamos alguns livros da Série Dorina Nowill para você ler, esperamos que inspire debates poderosos.
A Criança cega vai à escola: Preparando para a alfabetização
SINOPSE: Incluir a criança cega na escola não significa apenas colocá-la em uma classe junto com todas as outras crianças. É preciso integrá-la, garantindo-lhe seus direitos e deveres de ser como é, aceitando suas dificuldades, compreendendo suas necessidades e capacidades, corrigindo seus erros e encaminhando o desenvolvimento de sua potencialidade. Este livro tem por intenção facilitar a compreensão das características e necessidades da criança cega no importante período dos 3 a 6 anos, e de que forma a intervenção da Educação Infantil pode ajudá-la a tornar-se tão preparada para o desafio do ensino fundamental como a criança vidente.
Escola e deficiência visual: Como auxiliar seu filho
SINOPSE: Educar os filhos, prepará-los para a vida, torná-los pessoas bem-sucedidas e responsáveis; essas preocupações fazem parte do cotidiano de toda família que coloca em primeiro plano a educação. O livro “Escola e Deficiência Visual: Como Auxiliar Seu Filho” se propõe a oferecer esclarecimentos e orientações aos pais para que participem do processo de escolarização de seus filhos com deficiência visual com maior tranquilidade.
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Desde que estamos na escola, celebramos o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro, mas você sabe o que é “Folclore” e por que essa data existe?
Tudo começou com uma carta de um escritor inglês chamado William John Thoms que em 22 de agosto de 1846 criou o termo para definir os conhecimentos de um povo. Durante a Ditadura militar brasileira, essa data foi instituída para valorizar os saberes populares.
Segundo Trudruá Dorrico, escritora indígena brasileira, de etnia Macuxi, a antropologia do início no século passado, insistia que as culturas dos povos originários eram inferiores e não civilizadas, e que precisavam da ajuda do Estado para se desenvolverem de fato e saírem de seu estágio inicial de civilização.
Para ela, o Folclore brasileiro foi criado por um olhar de fora, dos europeus e descendentes e “não reconhece os indígenas e negros como autores das suas narrativas, espiritualidades e propriedades intelectuais, reduzindo-as à ‘tradição popular’” como ela disse em matéria para o UOL.
Então eu te pergunto: e se a gente começasse a pensar nos mitos brasileiros não como “história da Carochinha” e sim como sabedorias e espiritualidades de todo um povo? Olhando por esse lado, você não acha que a Cultura Popular Brasileira é ainda mais incrível? É tanta coisa boa que vai ser difícil indicar só alguns livros hoje!
Em 2017, a Fundação Dorina Nowill para Cegos com o apoio de diversos parceiros da Rede Nacional de Leitura Inclusiva, criou a Coleção Regionais que é uma verdadeira viagem ao Brasil com todas suas riquezas culturais de forma acessível.
Você ainda não conhece? Fica aqui com algumas dicas:
Boto-cor-de-rosa : região norte (Regina Drummond)
Para Todos Verem, essa imagem possui Texto Alternativo.
SINOPSE: O Boto vive no rio, mas se transforma em homem e aparece nas festas para beber e dançar com a garota mais bonita. Nessa história, porém, Tainá prova que é esperta e não cai na conversa macia de ninguém. É ela quem engana o Boto.
Bumba Meu Boi: Região Nordeste (Nireuda Longobardi)
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SINOPSE: Essa é a história de um boi muito especial, ele foi encomendado lá do Egito pelo coroné Bento. Todo mundo adorava esse boi, mas um dia a Mãe Catirina, grávida e cheia dos desejos, falou que tava com vontade de comer a língua do boi e se não comesse seu filho ia nascer com cara de boi.
Minhocão do Pari: Região Centro-Oeste (Simone Pedersen)
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SINOPSE: Tiago sempre conta a história do Minhocão do Pari para sua prima Leca que mora no Rio de Janeiro, mas ela acha que é história pra boi dormir. Ele estava cansado da zombaria da prima. Só porque ela não acreditava em algo, isso não significa que esse algo não existisse. Ele decidiu então provar que o Minhocão do Pari existia sim.
CUCA: Região Sudeste (Elias Sperandio)
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SINOPSE: Luana era uma menina linda de oito anos que vivia numa casinha perto de uma floresta. Quando seus pais saíam, ela ficava cuidando de seu irmãozinho que era um bebê ainda. Tudo estava bem, até que um dia eles receberam uma surpresa assustadora.
Negrinho do Pastoreiro: Região Sul (Maurício Veneza)
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SINOPSE: Esta história aconteceu há muito tempo, nos dias infelizes em que ainda existia escravidão no Brasil. Existia um menino muito franzino que foi escravizado por um senhor muito cruel. Se ele tinha nome, nem ele mesmo lembrava. Todo Mundo só o chamava de Negrinho. Uma coisa que ele tinha certeza é que era afilhado de Nossa Senhora.
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Ainda ontem era carnaval e num piscar de olhos já estamos no meio de agosto. São trinta e um dias sem nenhum feriadinho para dar aquela descansada, então nada como um bom livro para nos acompanhar, não é mesmo? E claro, em formato digital acessível.
Desde 2016, agosto é o mês que celebramos o mês da primeira infância graças a uma lei que coloca a vida de crianças de 0 a 6 anos como pautas prioritárias nas intervenções de políticas, serviços e programas governamentais.
Para celebrar esse mês a Rede de Leitura Inclusiva indica:
Alice no Jardim da Infância (Lewis Carroll)
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SINOPSE: Concebido e escrito entre 1889 e 1890, o livro Alice no jardim de infância é uma obra de Lewis Carroll que se propõe a recontar, para crianças de zero a cinco anos, as aventuras da menina Alice no País das Maravilhas. O autor inglês escreveu o livro com um olho em vinte ilustrações coloridas de Tenniel, que já haviam aparecido em preto e branco no livro original. O leitor brasileiro saberá agora que Alice usava meias azuis… e verá essas meias e outros detalhes importantes da personagem se destacarem nas páginas deste livro, que revela novas e saborosas facetas da maior heroína de Carroll.
Mas não é só isso, em 07 de agosto de 2006, foi instaurada no Brasil, a Lei Maria da Penha para proteger mulheres de agressões domésticas. Por conta disso, esse também é o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Em 2021, segundo dados do Observatório da Mulher contra a violência, houve um aumento de 30% no número de mulheres que afirmaram ter sofrido violência física. Já no caso de violência psicológica os números subiram 165% e violência moral ultrapassou os 200%. Se você precisa de ajuda, você não está sozinha! Ligue para 180 e denuncie.
Como sugestão de leitura para compor essa campanha, você pode ler:
Outros jeitos de usar a boca (Rupi Kaur)
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SINOPSE: Maior fenômeno de poesia dos EUA na última década, há mais de 40 semanas no topo das listas de best-sellers. “Outros jeitos de usar a boca” é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia – e que também assina as ilustrações presentes neste volume –, o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.
Acha que acabou? Ainda tem mais! Esse mês está cheio de ações incríveis!
Agosto também é conhecido como o mês dos povos indígenas, criado pela ONU para marcar ações de vários ativistas para garantia de direitos para comunidades originárias, que mais tarde resultaram na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Para mergulhar de cabeça nesse universo, que tal ler algumas obras do Daniel Mundukuru, autor de 62 livros que tem tema principal a diversidade cultural de seu povo?
O sinal do Pajé (Daniel Mundukuru)
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SINOPSE: Curumim vive desde que nasceu na aldeia, imerso nos costumes, danças, rituais e crenças de seu povo. Mas ele está crescendo e logo terá que passar pelo grande ritual que transforma os meninos em adultos. Mas os jovens vivem seus conflitos. A cidade, grande luz branca, está cada vez mais próxima, e há aqueles que desejam abandonar a aldeia e arriscar seu futuro na terra dos brancos. Os pajés fazem o alerta: aquele é seu mundo, e os jovens não podem abrir mão da sabedoria de seus antepassados para navegar em águas de dúvidas. Com a história de Curumim, você vai aprender a ouvir o que vem de seu coração; aquela voz interior que nos indica sempre o melhor caminho a ser seguido.
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Almoço pronto, presente comprado, todo mundo reunido, que tal um bom livro para celebrar esse Dia dos Pais? E o melhor de tudo, em formato digital acessível e disponível lá na Dorinateca.
A Rede de Leitura inclusiva está aqui para te indicar mais três títulos que tratam da paternidade de diferentes maneiras para você ler junto com o paizão.
Desejamos que esse dia seja muito feliz e com muitos livros para vocês mergulharem juntos.
Ah, e não podemos esquecer de celebrar as famílias que o papai é sua mãe, o avô ou avó, o tio ou a tia. Que nesse dia o abraço da família seja bem apertado e quentinho, independente de como ela é.
OLÍVIA TEM DOIS PAPAIS (Márcia Leite)
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SINOPSE: Olívia é uma menina esperta, que sabe bem o que quer e tem plena noção de como usar algumas palavras para conseguir o que deseja. Quando tem de ficar sozinha enquanto os pais trabalham, ela diz que está muito “entediada”. Como não gosta de ver a filha “entediada”, papai Raul para imediatamente de trabalhar e, quando percebe, já está deitado no chão ao lado dela, brincando de filhinho e mamãe, ou cercado por um monte de bonecas. Para chamar a atenção de seu pai Luís, Olívia fala que está “desfalecendo”, afinal de contas, desfalecer de fome é uma coisa muito séria, e Luís é o melhor cozinheiro da família.
O FILHO ETERNO (Cristóvão Tezza)
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SINOPSE: Em “O Filho Eterno”, Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública.
AQUELE ESTRANHO COLEGA, O MEU PAI (Moacyr Scliar)
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SINOPSE: O pai de Pedro era vereador numa cidade pequena. Cassado por corrupção, é obrigado a mudar de Estado e começar vida nova. A contragosto, Pedro o acompanha, deixando os amigos e a namorada. Só que, aquilo que para o garoto parecia o inferno na terra – uma convivência forçada com o pai, com quem não se dava e de quem se afastara havia anos – se transforma num reencontro. De um lado, o pai, sinceramente arrependido e decidido a mudar; de outro, Pedro, que reconhece, ao final, que o pai lhe deixa uma bela lição sobre a arte de viver. Palavra do autor: É uma questão universal, por mais idade que a gente tenha, e mesmo que não se tenha mais o pai presente, no fundo seremos sempre aquele garotinho diante do pai; é um referencial, uma figura muito importante. Entender essa relação é fundamental tanto para pai quanto para filho, basta ver a quantidade de conflitos que dela resultam. Isso me interessa como escritor, médico, cidadão e pai, conta Moacyr Scliar.
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A Rede de Leitura Inclusiva quer saber: aproveitaram bem as férias?
Agosto começa e a criançada está voltando para agitar a sala de aula, os jovens se preparando para encontrar os amigos e o pessoal da faculdade já está pensando no TCC.
E para este recomeço deixamos algumas dicas de leitura sobre as escolas para acompanhar a volta aos trabalhos.
Ah, já ia esquecendo! Todos os livros estão disponíveis em formato digital acessível na Dorinateca. Leia tudo, e depois queremos saber o que você achou dessa experiência digital, viu?
Malala : a menina que queria ir para escola – (Adriana Carranca)
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SINOPSE: Malala Yousafzai quase perdeu a vida por querer ir para a escola. Ela nasceu no vale do Swat, no Paquistão, uma região de extraordinária beleza, cobiçada no passado por conquistadores como Gengis Khan e Alexandre, o Grande, e protegida pelos bravos guerreiros pashtuns – os povos das montanhas. Foi habitada por reis e rainhas, príncipes e princesas, como nos contos de fadas. Malala cresceu entre os corredores da escola de seu pai, Ziauddin Yousafzai, e era uma das primeiras alunas da classe. Quando tinha dez anos viu sua cidade ser controlada por um grupo extremista chamado Talibã. Armados, eles vigiavam o vale noite e dia, e impuseram muitas regras. Proibiram a música e a dança, baniram as mulheres das ruas e determinaram que somente os meninos poderiam estudar. Mas Malala foi ensinada desde pequena a defender aquilo em que acreditava e lutou pelo direito de continuar estudando. Ela fez das palavras sua arma. Em 9 de outubro de 2012, quando voltava de ônibus da escola, sofreu um atentado a tiro. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. A jornalista Adriana Carranca visitou o vale do Swat dias depois do atentado, hospedou-se com uma família local e conta neste livro tudo o que viu e aprendeu por lá. Ela apresenta às crianças a história real dessa menina que, além de ser a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz, é um grande exemplo de como uma pessoa e um sonho podem mudar o mundo.
Poemas para ler na escola – (João Cabral de Melo Neto)
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SINOPSE: Donos de livros premiados, João Cabral de Melo Neto, João Ubaldo Ribeiro, Carlos Heitor Cony e Ignácio de Loyola Brandão fazem parte da recém-lançada coleção Para Ler na Escola, desenvolvida pela Editora Objetiva e que tem como meta aproximar alunos do ensino médio das obras de nomes fundamentais das letras brasileiras. Com um projeto gráfico pop, que facilita a leitura, os livros reúnem textos sobre temas relacionados à juventude, como colégio, vestibular, infância, esporte e cinema. A seleção do material ficou a cargo de professores renomados, especializados em educação e literatura. O resultado dessa combinação são livros saborosos, que vão entreter os estudantes e ao mesmo tempo enriquecer a sua formação.
Comédias para se ler na escola (Luís Fernando Veríssimo)
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SINOPSE: Uma seleção de crônicas de Luís Fernando Verissimo apresentada pela escritora Ana Maria Machado. A seleção permite ao leitor mergulhar no universo das histórias e personagens de Verissimo, prestando atenção nos múltiplos recursos deste artesão das letras. Textos curtos, fáceis e divertidos, onde o autor, com originalidade e humor, revela suas obsessões, mergulha em lembranças de infância e adolescência, preocupa-se com o social e o ético.
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No dia 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Essa data remonta ao ano de 1992, quando ocorreu o primeiro encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas em Santo Domingo, República Dominicana. O objetivo principal desse encontro foi promover a união entre as mulheres negras e denunciar os desafios enfrentados por conta do racismo e do machismo, não somente nas Américas, mas também em âmbito global.
A importância desse encontro foi tão significativa que, ainda em 1992, a ONU reconheceu oficialmente o dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Elza Soares, Conceição Evaristo, Liniker, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela, Marielle Franco, Maria Clara Araújo são alguns poucos nomes das milhares de Mulheres Pretas que fazem e fizeram História na construção de um Brasil mais justo. Aproveitando essa data estamos aqui para perguntar: Você costuma ler mulheres negras?
Reverenciando a importância da trajetória de cada mulher negra, latina e caribenha na literatura, aqui estão algumas indicações de livros indispensáveis, e a melhor parte é que estão todos disponíveis na Dorinateca em formato acessível para pessoas com deficiência visual. (www.dorinateca.org.br) .
HIBISCO ROXO – (Chimamanda Ngozi Adichie)
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SINOPSE: Em um romance que mistura autobiografia e ficção, Chimamanda Ngozi Adichie – uma das mais aclamadas escritoras africanas da atualidade – traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual. Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
EU SEI POR QUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA (Maya Angelou)
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SINOPSE: A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por essas três palavras. A garota negra, criada no sul por sua avó paterna, carregou consigo um enorme fardo que foi aliviado apenas pela literatura e por tudo aquilo que ela pôde lhe trazer: conforto através das palavras. Dessa forma, Maya, como era carinhosamente chamada, escreve para exibir sua voz e libertar-se das grades que foram colocadas em sua vida. As lembranças dolorosas e as descobertas de Angelou estão contidas e eternizadas nas páginas desta obra densa e necessária, dando voz aos jovens que um dia foram, assim como ela, fadados a uma vida dura e cheia de preconceitos. Com uma escrita poética e poderosa, a obra toca, emociona e transforma profundamente o espírito e o pensamento de quem a lê.
QUARTO DE DESPEJO – DIÁRIO DE UMA FAVELADA (Carolina Maria de Jesus)
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SINOPSE: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
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